quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Bombas inteligentes – 1ºguerra Mundial


Entre os anos de 1870 e 1914, o mundo vivia a euforia da chamada Belle Epóque(Bela Época). Do ponto de vista da burguesia dos grandes países industrializados, o planeta experimentava um tempo de progresso econômico e tecnológico. Confiantes de que a civilização atingira o ápice de suas potencialidades, os países ricos viviam a simples expectativa de disseminar seus paradigmas às nações menos desenvolvidas. Entretanto, todo esse otimismo encobria um sério conjunto de tensões.

Com o passar do tempo, a relação entre os maiores países industrializados se transformou em uma relação marcada pelo signo da disputa e da tensão. Nações como Itália, Alemanha e Japão, promoveram a modernização de suas economias. Com isso, a concorrência pelos territórios imperialistas acabava se acirrando a cada dia. Orientados pela lógica do lucro capitalista, as potências industriais disputavam cada palmo das matérias-primas e dos mercados consumidores mundiais.

Um dos primeiros sinais dessa vindoura crise se deu por meio de uma intensa corrida armamentista. Preocupados em manter e conquistar territórios, os países europeus investiam em uma pesada tecnologia de guerra e empreendia meios para engrossar as fileiras de seus exércitos. Nesse último aspecto, vale lembrar que a ideologia nacionalista alimentava um sentimento utópico de superioridade que abalava o bom entendimento entre as nações.

Outra importante experiência ligada a esse clima de rivalidade pôde ser observada com o desenvolvimento da chamada “política de alianças”. Através da assinatura de acordos político-militares, os países europeus se dividiram nos futuros blocos políticos que conduziriam a Primeira Guerra Mundial. Por fim, o Velho Mundo estava dividido entre a Tríplice Aliança – formada por Alemanha, Império Austro-Húngaro e Itália – e a Tríplice Entente – composta por Rússia, França e Inglaterra.

Mediante esse contexto, tínhamos formado o terrível “barril de pólvora” que explodiria com o início da guerra em 1914. Utilizando da disputa política pela região dos Bálcãs, a Europa detonou um conflito que inaugurava o temível poder de metralhadoras, submarinos, tanques, aviões e gases venenosos. Ao longo de quatro anos, a destruição e morte de milhares impuseram a revisão do antigo paradigma que lançava o mundo europeu como um modelo a ser seguido.




A despeito da precisão das bombas guiadas a laser, elas possuem uma séria restrição que ficou evidente na Primeira Guerra do Golfo, em 1990. Seu sistema de guiagem utiliza um apontador/designador de alvos, um feixe de laser que os ilumina para que o sensor os identifique.
Quando ocorrem problemas de visibilidade, esse sistema é prejudicado. As tempestades de areia e as negras torres de fumaça dos poços de petróleo iraquianos incendiados pelo Exército de Saddam Hussein foram alguns dos problemas enfrentados pelos pilotos.

Um novo tipo de guiagem baseado no GPS foi desenvolvido na forma de kits que se montam em artefatos convencionais, transformando as bombas “burras” em modernas bombas inteligentes, capazes de destruir um alvo com margem de erro de menos de dez metros e sem restrição de visibilidade. A primeira arma desse tipo foi a Joint Direct Attack Munition (JDAM), entregue em 1997 e desenvolvida pelo departamento de armamentos avançados da Boeing. O kit JDAM é composto por um sistema de navegação que recebe informação de satélites de GPS e outro de controle para que a bomba possa manobrar até o alvo.
O sistema JDAM é compatível com todas as bombas-padrão da série MK-80 e a bomba penetradora BLU-109 da Força Aérea dos Estados Unidos. Inicialmente, as bombas com sistema JDAM conseguiam uma margem de erro de menos de dez metros a um alcance de até 24 quilômetros. Porém, depois de um programa de modernização da Boeing, a JDAM ganhou uma versão chamada de LJDAM – o “L” vem de laser, sistema que foi integrado às JDAM, permitindo margem de erro de meros três metros do ponto de impacto previsto, e capaz até de destruir alvos em movimento.
Uma nova bomba planadora, conhecida como AGM-154 JSOW (Joint Standoff Weapon), tem como objetivo atingir alvos em maiores distâncias possíveis. Seu fabricante é a Raytheon, que também faz as bombas guiadas a laser Paveway. A JSOW possui asas retráteis e uma aerodinâmica que visa a um substancial aumento do tempo de planeio e, conseqüentemente, de alcance. Se lançada de grandes altitudes, a JSOW cobre 120 quilômetros.
Existe ainda uma versão equipada com um propulsor para atingir alvos a cerca de 300 quilômetros, a JSOW-ER (Extended Range, ou alcance estendido). As bombas JSOW possuem diversas configurações de ogivas. Podem ser de fragmentação (AGM-154 A), composta por 145 pequenas bombas destruidoras de blindados, muito úteis contra colunas de tanques ou alvos múltiplos espalhados. Podem ser do tipo antiblindagem (AGM-154 B), em que a ogiva é composta por seis submunições BLU-108 B, no qual cada uma lança quatro projéteis de altíssima velocidade guiados pelo calor. E há também a carga unitária (AGM-154 C), cuja ogiva de dois estágios do tipo Broach ou carga moldada é capaz de penetrar blindagem de concreto e destruir alvos reforçados.
Mas a maior novidade no segmento das armas inteligentes é uma das menores bombas já desenvolvidas, e cujo conceito revolucionará ainda mais a capacidade de ataque e bombardeio dos Estados Unidos e das nações que adquirirem a nova arma. Trata-se da bomba GBU-39 SDB (Small Diameter Bomb), produzida pela Boeing e que pesa apenas 130 quilogramas. Essa bomba é guiada por GPS/INS, tem uma margem de erro de cinco metros e é capaz de atingir um alvo a 110 quilômetros.
O objetivo das bombas SDB é proporcionar maior capacidade de transporte de bombas por caça de combate. Para se ter uma idéia do ganho de poder de fogo que um caça pode ter com essa arma, basta dizer que o F-22 Raptor, que transporta suas armas em uma caixa de armas interna, é capaz de transportar apenas duas bombas do tipo GBU-32 JDAM, de 454 quilogramas, e dois mísseis de médio alcance. Com a SDB, o F-22 pode transportar até oito bombas na mesma caixa de armas. Em testes, a SDB demonstrou grande capacidade de atravessar a blindagem de bunkers reforçados e destruir alvos dentro dele. Outro benefício notável dessa arma é a excelente capacidade de evitar “danos colaterais” em edificações vizinhas ou vítimas inocentes próximas ao alvo.



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