quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Neoliberalismo




Podemos definir o neoliberalismo como um conjunto de idéias políticas e econômicas capitalistas que defende a não participação do estado na economia. De acordo com esta doutrina, deve haver total liberdade de comércio (livre mercado), pois este princípio garante o crescimento econômico e o desenvolvimento social de um país.
Surgiu na década de 1970, através da Escola Monetarista do economista Milton Friedman, como uma solução para a crise que atingiu a economia mundial em 1973, provocada pelo aumento excessivo no preço do petróleo.

Características do Neoliberalismo (princípios básicos):

- mínima participação estatal nos rumos da economia de um país;
- pouca intervenção do governo no mercado de trabalho;
- política de privatização de empresas estatais;
- livre circulação de capitais internacionais e ênfase na globalização;
- abertura da economia para a entrada de multinacionais;
- adoção de medidas contra o protecionismo econômico;
- desburocratização do estado: leis e regras econômicas mais simplificadas para facilitar o funcionamento das atividades econômicas;
- diminuição do tamanho do estado, tornando-o mais eficiente;
- posição contrária aos impostos e tributos excessivos;
- aumento da produção, como objetivo básico para atingir o desenvolvimento econômico;
- contra o controle de preços dos produtos e serviços por parte do estado, ou seja, a lei da oferta e demanda é suficiente para regular os preços;
- a base da economia deve ser formada por empresas privadas;
- defesa dos princípios econômicos do capitalismo.

Críticas ao neoliberalismo

Os críticos ao sistema afirmam que a economia neoliberal só beneficia as grandes potências econômicas e as empresas multinacionais. Os países pobres ou em processo de desenvolvimento (Brasil, por exemplo) sofrem com os resultados de uma política neoliberal. Nestes países, são apontadas como causas do neoliberalismo: desemprego, baixos salários, aumento das diferenças sociais e dependência do capital internacional.

Pontos positivos

Os defensores do neoliberalismo acreditam que este sistema é capaz de proporcionar o desenvolvimento econômico e social de um país. Defendem que o neoliberalismo deixa a economia mais competitiva, proporciona o desenvolvimento tecnológico e, através da livre concorrência, faz os preços e a inflação caírem. 
Exemplos de governos que adotaram políticas econômicas neoliberais nos últimos anos:
- No Brasil: Fernando Collor de Melo (1990 - 1992) e Fernando Henrique Cardoso (1995 - 2003)
- No Chile: Eduardo Frei (1994 - 2000), Ricardo Lagos (2000 - 2006) e Michelle Bachelet (2006 - 2010)
- Nos Estados Unidos: Ronald Reagan (1981 - 1989), George Bush (1989 - 1993) e George W. Bush (2001- 2009)
- No México: Vicente Fox Quesada (2000 - 2006)
- No Reino Unido: Margaret Thatcher (1979 - 1990)
Principais teóricos do Neoliberalismo:
- Friedrich Hayek (Escola Austríaca)
- Leopold von Wiese
- Ludwig von Mises
- Milton Friedman (Escola Monetarista, Escola de Chicago)

A Questão Agrária na Nova República


A Nova República assumiu a responsabilidade de decretar a Reforma Agrária no país. A questão agrária vem de muito longe, mas nunca deu passos tão importantes, quanto na atualidade, pois, 1964 viu nascer o "Estatuto da Terra", entretanto nunca foi possível pô-lo em prática. Vale salientar que este importante documento não foi dádiva do governo militar, foi uma luta dos trabalhadores que queriam modificar a estrutura fundiária do país e melhorar a distribuição da renda nacional, tendo em vista a entrada de capital, no meio rural, e os constantes conflitos existentes nos mais longínquos rincões do Brasil. A reforma agrária é necessária, mas não da maneira como o governo federal quer implantar.
Ao referir-se ao problema da reforma agrária aqui no Brasil, salienta-se de imediato, o poderio econômico. Inegavelmente, o Estado brasileiro é capitalista, monopolista e concentrador. Os representantes na Câmara Federal e no Senado, são porta-vozes do grande capital e dos latifúndios, nunca batalhadores pela causa comum de todos os cidadãos. Com isto, insinua-se que uma reforma agrária, que atenda aos interesses dos agricultores é uma balela e jamais sairá. É claro que o poderio econômico jamais permitirá que a terra e a renda agrícola sejam equitativamente bem distribuídas, pois os benefícios que a classe dominante acumula, não serão tomados do dia para a noite.
Com este levante em favor da reforma agrária, começam a surgir os que estão a favor e os que estão contra. De um lado estão os trabalhadores rurais, que juntamente com grupos sociais outros que estão participando do processo de produção, exercem pressão no sentido de agilizarem a tão propalada reforma. Por outro lado, os latifundiários procuram emperrar este trabalho, para que a reforma agrária não seja implantada e o plano do governo seja frustrado. Não se sabe até que ponto tem fundamento o plano nacional de reforma agrária, tendo em vista que o próprio Presidente da República é um latifundiário e o fato de distribuir terras a alguns trabalhadores não significa reforma agrária.
Sabe-se que esta luta nunca se acaba do lado dos trabalhadores do campo. A luta dos trabalhadores é milenar e a terra nunca foi para quem nela trabalha, mas sim, para assegurar o poderio da burguesia capitalista, em busca de altos rendimentos. Diversas tentativas de estruturar a divisão da terra no país foram feitas e nenhuma vez surtiu efeito. A primeira vez, foi na época da independência, pois José Bonifácio - Patriarca da Independência - fez, já naquela época, uma proposta de utilização das terras improdutivas das sesmarias. Nota-se que nenhuma vez, a participação dos trabalhadores do campo estava presente, somente a burguesia das terras, ou não, estava nesta partilha.

Redemocratização – Diretas Já

É conhecido como “redemocratização” na história do Brasil o período de abertura política, ou seja, de recuperação das instituições democráticas abolidas pelo chamado Regime Militar, instituído em 1964, e que impunha desde aquele ano um regime de exceção e de censura às instituições nacionais.
A grosso modo, o período considerado como de redemocratização vai desde o governo Ernesto Geisel até a eleição indireta de Tancredo Neves, que morreria pouco antes de assumir o poder, resultando na posse de José Sarney, cujo período na presidência inicia o que se costuma denominar Nova República.
Com o fim do período de Ernesto Geisel na presidência, ficava claro para a opinião pública que o Regime Militar estava chegando ao fim, e a palavra em voga era “abertura”, em especial a política, mesmo que a contragosto da chamada Linha Dura do regime. O regime estava na verdade implodindo, com uma inflação galopante que este não conseguia controlar, denúncias de corrupção por todos os lados que surgiam com o levantamento da censura, perda de confiança da população no governo, e as sucessivas perdas nas eleições legislativas do partido governista, a ARENA. Tais fatores contribuíram para que a abertura política fosse mais que um gesto de boa vontade do governo. Era o gesto de um regime acossado pela crise e que se ressentia da força das manifestações populares, cada vez mais constantes.
É nessa mesma época que os sindicatos de trabalhadores do ABC iniciam grandes manifestações por melhorias nas condições de trabalho, além das vozes vindas da Igreja Católica, em especial as de Dom Evaristo Arns, arcebispo de São Paulo, e Dom Hélder Câmara, arcebispo emérito de Olinda e Recife, além de Leonardo Boff, representante mais conhecido da Teologia da Libertação, que defendia o engajamento social do clero, além das atividades promovidas pelas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). A imprensa, especialmente a chamada “alternativa” voltava com força à atividade, fazendo forte oposição ao governo, incomodando ao ponto da Linha Dura habitualmente colocar bombas em bancas de jornais que geralmente vendiam as publicações contestadoras. Além de bombas em bancas de jornal, os radicais de direita tinham planos mais infames, que por sorte não obtiveram sucesso, como o famoso atentado à bomba ao Rio Centro durante um show em comemoração ao 1 de maio.
A anistia aos condenados por crimes políticos veio em 1979, sendo que o inusitado deste gesto é que ele abonou também os torturadores. No mesmo ano era estabelecida a nova Lei Orgânica dos Partidos, que acabava com o bipartidarismo, e liberava a criação de novos, que começaram a surgir, como o PMDB, PDS, PFL, e ainda o PT.

Mas, o ponto máximo do período da redemocratização foi sem dúvida o movimento pelas Diretas-Já, campanha que mobilizou milhões no final do mandato do presidente João Figueiredo, buscando pressionar o Legislativo a aprovar a chamada Emenda Dante de Oliveira, de autor do parlamentar mato-grossense, e que restituía o voto direto para presidente. A campanha pelas Diretas-Já marcou a década de 80 no Brasil, e uniu personalidades de todos os campos em torno do desejo do voto, que acabaria frustrado, pois a Emenda não foi aprovada. O candidato apoiado pelo povo, porém, venceria as eleições indiretas, mas, causando nova frustração no povo, morreria antes de assumir. Seu nome: Tancredo Neves; em seu lugar, assumiria seu vice, José Sarney, um verdadeiro democrático de última hora, político originário da ARENA, o partido de apoio do Regime Militar, e de seu sucessor, o PDS.

MPB e o DOPS

regime militar no Brasil, que se manteve no poder no país de 1964 a 1985, buscava vigiar e controlar o espaço público e todo o enunciado político contra a ditadura, buscava-se desmobilizar a sociedade para manter o regime. Nos veículos de comunicação em massa havia mensagens políticas de resistência, assim aconteceu com a música brasileira, principalmente para driblar a censura que ocorria sobre as composições musicais.
Nos documentos da DOPS, uma das instituições que mais perseguiam os artistas, havia uma produção constante de suspeitas que seguiam critérios improvisados de perseguição; bastasse o artista participar de eventos estudantis, festivais, regravar artistas perseguidos, citar nomes políticos, entre outros fatores, para que o artista fosse perseguido.
Qualquer composição musical ou declaração que chocasse a “normalidade” política da ditadura era registrado como suspeito. Classificava-se grupo de atuação comunista aqueles que eram formados por Francisco Buarque de Holanda, Edu Lobo, Nara Leão, Geraldo Vandré, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Marilda Medalha, Vinícius de Moraes, Milton Nascimento, entre outros.
Na década de 70, Chico Buarque passou a ser considerado inimigo número 1 do regime, seguido por Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton, Gonzaguinha e Ivan Lins. Elis Regina passou a fazer parte da lista ao gravar o hino da anistia, a música “O bêbado e a equilibrista”.




                               O Bêbado e A Equilibrista




Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto
Me lembrou Carlitos...

A lua
Tal qual a dona do bordel
Pedia a cada estrela fria
Um brilho de aluguel

E nuvens!
Lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas
Que sufoco!
Louco!
O bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil
Pra noite do Brasil.
Meu Brasil!...

Que sonha com a volta
Do irmão do Henfil.
Com tanta gente que partiu
Num rabo de foguete
Chora!
A nossa Pátria
Mãe gentil
Choram Marias
E Clarisses
No solo do Brasil...

Mas sei, que uma dor
Assim pungente
Não há de ser inutilmente
A esperança...

Dança na corda bamba
De sombrinha
E em cada passo
Dessa linha
Pode se machucar...

Azar!
A esperança equilibrista
Sabe que o show
De todo artista
Tem que continuar...



Além de espaços sociais serem suspeitos, a 
atividade artística era considerada suspeita e subversiva. Os departamentos de investigação 
visaram defender a ordem política da época e manter os grupos familiares e seus devidos laços morais. Mas como cantava Caetano Veloso : “é proibido proibir”











                               É Proibido Proibir





A mãe da virgem diz que não.
E o anúncio da televisão.
E estava escrito no portão.
E o maestro ergueu o dedo.
E além da porta há o porteiro, sim.
Eu digo não.
Eu digo não ao não.
Eu digo.
É proibido proibir.
É proibido proibir.
É proibido proibir.
É proibido proibir.
Me dê um beijo, meu amor
Eles estão nos esperando
Os automóveis ardem em chamas
Derrubar as prateleiras
As estátuas, as estantes
As vidraças, louças, livros, sim
Eu digo sim
Eu digo não ao não
Eu digo
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir









Tortura e Direitos Humanos na América Latina



Na América Latina, a tortura foi bastante praticada contra índios e negros
durante o período colonial. No Brasil, tem-se que a tortura foi utilizada de forma
indiscriminada contra os escravos, estando, deste modo, vinculada à questão da
discriminação racial.

A partir de 1960, uma onda de regimes militares “direitistas” começou a
dominar boa parte da América Latina. Na Argentina, os militares assumiram o


poder com a tortura e mortes. No Brasil, as Forças Armadas tomaram o poder em 1964 e encontraram nas tentativas de guerrilhas e revolta uma desculpa para a repressão feita pelo regime militar. Também no Chile houve, em 1973, um golpe militar cujo governo durou quase 20 anos.Os elevados índices de violência e a ausência de segurança pública continuam sendo motivo de preocupação e geram instabilidade social na América Latina, afirma o último relatório da Anistia Internacional.

A partir da análise dos relatórios de cada país, é possível notar, em toda a região, uma tendência de criminalização da pobreza e dos jovens. Quadro que é agravado pela impunidade que tolera a ação de grupos de limpeza social, formados por agentes do Estado ou da sociedade civil. Também são citados atos hostis e ameaças contra os defensores dos direitos humanos.
Os países e a cultura variam, mas os problemas são similares. Neste dossiê destacamos os casos do Brasil, El Salvador e de Honduras, abordados pelo Comunidade Segura a partir de entrevistas e dados relevantes.
O relatório "O estado dos direitos humanos no mundo" foi apresentado em Londres pela secretária-geral da Anistia Internacional, Irene Khan, e analisa por regiões a vigência das garantias individuais.
O documento enfatiza a violência contra as mulheres, contra as crianças, o tráfico de armas, a pena de morte, as diferentes formas de tortura e de terrorismo, assim como a Justiça Internacional. Faz também um apelo para que os defensores dos direitos humanos possam trabalhar em paz.


Movimento Operarios (1950-1960)



Movimento operários nas décadas de 1950 e 1960
No período da 2ª Guerra Mundial, o movimento pressiona o Governo Vargas para entrar na guerra ao lado dos aliados, luta contra a carestia e inicia em 1944/45, uma onda de greves contra a suspensão de direitos trabalhistas sob o argumento da mobilização de guerra.
E é justamente como resultado da guerra, pelos acordos estabelecidos pelo Brasil com os Estados Unidos para entrar na luta ao lado dos aliados, que se inicia a siderurgia nacional. Com isso, há um salto na indústria de base nacional — principalmente metalurgia — no início da década de 1950. E é de 50 a 1960 que ocorrem as grandes greves de massa, ambas em São Paulo, como a dos “300 mil” (1953) e dos “400 mil” (1957).
Esse recrudescimento do movimento operário se dá particularmente visando à reposição de perdas salariais. É que, desde que foi criado, em 1941, o salário mínimo não sofrera correção até 1954, quando Vargas — mesmo sacrificando seu pupilo ministro do Trabalho, João Goulart — anuncia o reajuste do salário mínimo no Dia 1º de Maio.
“A mobilização, em razão do suicídio de Vargas (agosto de 54), e os quebra-quebras são também resultado do movimento sindicalista pelo reajuste do mínimo. Mesmo com o reajuste, em alguns estados, como Minas Gerais, os empresários ganharam na Justiça o direito de não conceder o aumento”, esclarece Alexandre Fortes.
JK – Na segunda metade da década de 1950, com o governo JK, inicia-se o período de desenvolvimentismo associado, o que, com a expansão da oferta de empregos, em princípio, aplacaria os movimentos reivindicatórios. Segundo Fortes, no entanto, logo as mobilizações ressurgem. “Mesmo na construção de Brasília, os migrantes que para lá se deslocam — em grande número — enfrentam o emprego quando as obras estão se encerrando”, observa ele.
A década de 1960 marca a criação do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT) e a conquista da gratificação natalina (13º salário), uma reivindicação que se arrasta desde...

Revolução Cubana e produção cultural



A Revolução Cubana começou com a guerrilha liderada por FidelCastro contra o ditador Fulgêncio Batista, apoiado pelo governo norte americano, e prosseguiu com a implementação de um governo revolucionário, que pouco mais tarde se alinharia com o socialismo soviético.

A primeira ação militar organizada contra Batista foi a invasão do Quartel da Moncada, em 26 de julho de 1953, onde encontravam-se presos políticos. Líder da iniciativa, Fidel Castro foi condenado a 15 anos de prisão, enquanto a maioria dos outros combatentes foi executada. Em seu julgamento, ficou célebre o discurso de Castroem defesa própria, no qual cravou a frase “a História me absolverá”. Libertado graças à pressão popular, ele se exilou no México, onde arregimentou voluntários para voltar à ilha, em 1956, a bordo do iate Granma, e tomar o poder. Entre os voluntários, estava o jovem médico Ernesto “Che” Guevara, que se tornou seu braço-direito.

Apesar da desvantagem numérica contra o exército cubano, mas contando com imenso apoio popular, os revolucionários pouco a pouco colecionaram vitórias contra o governo de Batista. De 1956 e 1958, vindo da Sierra Maestra, região de montanhas no leste da ilha, eles tomaram diversas cidades do país. Em 1º de janeiro de 1959,Fidel declarou vitória em um discurso em Santiago de Cuba. No mesmo dia, Batista abandona o país, deixando a capital, Havana, livre para os rebeldes liderados por Che Guevara e Camilo Cienfuegos.

Uma das primeiras medidas do governo revolucionário foi nacionalizar propriedades de empresas americanas, donas de cerca de 75% das terras férteis da ilha. Outras medidas urgentes foram a construção de casas populares em regime de cooperativa e um extenso plano de alfabetização.

Em 1º de maio de 1961, Cuba declarou-se oficialmente um governo socialista, o que lhe rendeu o apoio da União Soviética e fez da ilha um importante foco de tensão durante a Guerra Fria, graças à sua proximidade geográfica com os Estados Unidos. O momento histórico mais crítico foi a invasão, arquitetada pela CIA (Central de Inteligência Americana), da baía dos Porcos, em 1961. O plano era entrar em Cuba e destituir Fidel do poder – mas foi um grande fracasso.

Os Estados Unidos, então, iniciaram uma série de medidas diplomáticas contra Cuba, sendo a principal delas um embargo econômico que persiste até hoje. A CIA ainda planejou eliminar Fideldiversas vezes, falhando em todas.

Com a extinção da União Soviética, em 1989, Cuba perdeu sua principal fonte de apoio financeiro e entrou num período de grave crise econômica, enfrentando dois períodos de fome no início dos anos 1990. O país iniciou um lento processo de reforma. Para piorar, o embargo econômico foi reforçado em 1996 com a lei Helms-Burton, aprovada no governo de Bill Clinton, que estipulava sanções a empresas estrangeiras que tivessem negócios em Cuba. Atualmente, sob a presidência de Raul Castro, sucessor do irmão Fidel, e com a eleição de Barack Obama, existe a expectativa de que o processo de abertura da economia cubana se acelere.




Produção Cultural

Foi a liberdade artística e de expressão que após 1959 passou a ser conduzida pelos ideais revolucionários, levando aqueles que não se enquadraram a fugir, ser presos, executados ou a pedir asilos

2° Guerra Mundial-Terror Atômico


Sobre o início da Segunda Guerra Mundial, alguns pesquisadores apontam como umas das principais causas do conflito a imposição do Tratado de Versalhes (1919), principalmente sobre a Alemanha, e a Crise de 1929 que iniciou nos Estados Unidos, mas que se expandiu por toda a Europa.
O período que compreende o final da Primeira Guerra Mundial (1919) e início da Segunda Guerra (1939) ficou conhecido como período do “entre guerras”, no intervalo de tempo entre os dois maiores conflitos da humanidade é possível perceber uma rápida ascensão do Regime Nazista na Alemanha e Fascista na Itália e a disseminação dessas ideologias entre a população europeia.
Os Estados Totalitários formados pela Alemanha e Itália iniciaram sua política de expansão territorial no ano de 1931, a Itália invadiu a região da Abissínia (Etiópia); a região da Manchúria (China) foi tomada pelo Japão. A Alemanha começou sua política expansionista dentro do próprio território europeu, incorporou a região do Sarre e ocupou militarmente a região da Renânia.
As pretensões imperialistas do nazi-fascismo, principalmente da Alemanha, eram agregar a região da Áustria e toda a região do leste europeu, ou os chamados Sudetos, que compreendiam as regiões que faziam fronteiras com a República Tcheca (Boêmia e Morávia). A Inglaterra e a França concederam aos alemães a ocupação destas regiões na conferência de Munique. Entretanto, ingleses e franceses asseguraram a proteção e a não invasão alemã de outros territórios no leste europeu (Polônia), ou seja, a Alemanha comprometia-se a não empreender uma nova expansão territorial sem o conhecimento franco-inglês. Dando continuação à política dos acordos, no ano de 1939, Hitler assinou com Stálin o pacto germano-soviético de não agressão e neutralidade entre Alemanha e União Soviética por dez anos.

Na década de 1930 do século XX, o Japão se despontava no continente asiático como uma grande potência imperialista, o país incorporou alguns territórios, principalmente a região da Manchúria, na China. Essa expansão territorial rapidamente levou o país a entrar em conflito com a União Soviética e alguns outros países imperialistas do ocidente. Desde então, o Japão iniciou uma aliança com a Alemanha e Itália, constituindo a aliança denominada Eixo Roma-Berlim-Tóquio. A principal política destes três países era o duro combate ao comunismo internacional que desencadeou o acordo chamado pacto anti-Komintern e a expansão territorial.  
A chamada Liga das Nações, órgão internacional que presava a paz mundial, nada fazia para barrar a expansão territorial alemã, italiana e japonesa. Em setembro de 1939, a Alemanha nazista invadiu a Polônia em retalhamento ao Tratado de Versalhes, que tinha incorporado o chamado ‘corredor polonês’ (território que tinha saída para o Mar) à Polônia, território que pertencia antes à Alemanha.
Até o ano de 1942, os países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) empreenderam enormes vitórias na Europa, incorporaram vários territórios. No ano de 1941, Hitler rompeu o acordo feito com a União Soviética e invadiu o país em busca de minérios, cereais e petróleo; até o final do ano de 1941, os alemães realizaram duras baixas no exército soviético, fato que mudou significativamente no ano de 1942, quando os soviéticos fizeram os alemães saborear duras perdas.
Os países aliados (Inglaterra, França) passaram a ter o apoio da União Soviética e dos Estados Unidos da América. A União Soviética entrou na guerra a partir do momento em que Hitler rompeu com o pacto germano-soviético; os Estados Unidos já promoviam acordos de solidariedade com a Inglaterra, na chamada Carta do Atlântico, negociada pelo presidente Norte Americano Franklin Roosevelt e pelo primeiro-ministro inglês Winston Churchill. Após os ataques japoneses à base naval de Pearl Harbor, os Estados Unidos declararam guerra ao Japão.
A partir do ano de 1941, com a entrada da União Soviética e dos Estados Unidos, os aliados começaram a reverter a situação nem um pouco confortável em que se encontravam. A Batalha de Stalingrado ocorrida na Rússia foi uma das primeiras grandes baixas no exército alemão. A partir de então, formava-se a primeira frente de luta dos aliados que direcionavam a marcha para a tomada de Berlim.
Outra baixa nos países do Eixo foi a vitória dos Estados Unidos sobre a marinha japonesa em 1942, na Batalha de Midway. As forças inglesas e norte-americanas derrotaram no ano de 1943 as tropas do Eixo, no norte da África, na Batalha conhecida como El Alamein. Delineava, então, o fracasso do Eixo durante a Segunda Guerra Mundial. O golpe final foi dado pelos soviéticos (Exército Vermelho), que tomaram e marcharam sobre Berlim no ano de 1945.
O nazista Hitler suicidou-se com um tiro de pistola e sua esposa Eva Braun envenenou-se; o líder fascista Mussolini e sua esposa foram fuzilados pela resistência italiana e seus corpos foram expostos em praça pública na cidade de Milão.
Após a morte dos líderes nazifascistas, uma última batalha ainda aconteceu, o conflito entre Japão e Estados Unidos no Pacífico. Os Estados Unidos dominaram as ilhas de Iwojima e Okinawa, a rendição japonesa foi logo consolidada. Em agosto de 1945, os Estados Unidos, com a vitória já consolidada, resolveram mostrar para o mundo o seu poder bélico e lançaram sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki duas bombas nucleares que as arrasaram, ceifando vidas de milhares de pessoas, decretando o fim da Segunda Guerra Mundial, mas iniciando uma nova etapa da história da humanidade, a chamada fase nuclear.



 OTerror Atômico

Qual a justificativa dos americanos para as bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki? O presidente Harry Truman, que tomou a decisão final de usar as bombas, disse que elas salvaram vidas. Segundo essa tese, a continuação da guerra e a invasão das ilhas nipônicas por tropas americanas teriam causado mais mortes do que os dois artefatos nucleares. É muito pouco provável que isso seja verdadeiro. Mesmo que fosse, os Estados Unidos não precisariam ter tido tanta pressa em lançar a segunda bomba. Poderiam ter feito um esforço diplomático para obter a rendição japonesa diante do horror da primeira explosão. O segundo ataque ocorreu apenas três dias depois do primeiro. O Japão rendeu-se cinco dias após a segunda carnificina.
Não há dúvida, porém, de que as bombas salvaram vidas americanas. Será legítimo matar, ferir gravemente e mutilar dezenas e dezenas de milhares de civis do lado inimigo para salvar um número bem menor de seus próprios soldados? Esta não é uma pergunta retórica, aquele tipo de indagação que se faz, na verdade, para estabelecer um argumento. É uma pergunta autêntica, que demanda uma resposta. Algumas pessoas podem achar que é eticamente válido fazer uma distinção entre vidas do nosso lado e vidas do outro lado: as pessoas do lado de cá seriam mais preciosas, mais merecedoras de viver do que as do lado de lá. Portanto, podemos matar vinte deles para salvar um dos nossos. Você concorda? Há que se considerar, ainda, que os ferimentos causados por uma bomba atômica podem ser especialmente cruéis, como vimos nos dois relatos publicados na semana passada.
Os Estados Unidos tiveram mais um motivo, muito menos confessável, para jogar as bombas. Com a guerra encerrada na Europa, a União Soviética declarou guerra ao Japão e atacou posições japonesas na China e na Coréia. Com o prolongamento da guerra no Extremo Oriente, os soviéticos poderiam ter chegado ao norte do Japão, enquanto os americanos invadiam o centro e o sul. Como a Alemanha, a Coréia e o Vietnã, o Japão poderia ter sido dividido em dois países, um deles comunista. É legítimo matar e mutilar milhares para evitar que o futuro inimigo se fortaleça pela expansão de seu bloco? As duas bombas também tiveram um efeito-demonstração perante os soviéticos. Foram, ao mesmo tempo, os últimos atos da 2ª Guerra Mundial e os primeiros atos da Guerra Fria, que dividiria o mundo até os últimos anos da década de 80 e o início da década seguinte. A Guerra Fria foi iniciada com ondas de calor que fizeram cair a pele de muitas pessoas.
As bombas atômicas foram um ato de guerra ou uma ação terrorista? Foram as duas coisas. Um ato de guerra porque visavam a uma vitória militar definitiva sobre um inimigo que atacara primeiro. Uma ação terrorista porque não tinham o objetivo de atingir instalações militares, de enfraquecer o inimigo militarmente. Tinham o objetivo de aterrorizar, de vencer pelo medo, pelo terror, praticando o extermínio em massa de civis inocentes. Sendo assim, é totalmente incorreto dizer que os ataques de 11 de setembro foram o maior atentado terrorista da história. Os maiores atos de terrorismo da história do homem foram os massacres de Hiroshima e Nagasak.


Olga Benário e Luís Carlos Prestes: Ideologia e Romance



A Vida de Olga Benário


Olga Benário Prestes é um exemplo de coragem, determinação e convicções políticas. Defendeu seus ideais e mostrou força em um momento histórico fragilizado pelas duas Grandes Guerras Mundiais e pelo nazismo de Hitler.
Nascida em uma família judia alemã, em 12 de fevereiro de 1908, Olga era filha de uma dama da alta sociedade de Munique e de um advogado social democrata. Foi vendo o exemplo do pai, que se dedicava às causas trabalhistas dos operários atingidos pela crise que se instalou no país, que Olga tomou contato com idéias liberais avançadas. A alemã se lembraria, mais tarde, de que foi no escritório do pai o primeiro contato com os problemas sociais, ao folhear os processos trabalhistas de Leo Benário.
Aos 15 anos, Olga já tinha uma sólida base cultural formada pelos grandes escritores e pensadores alemães. Ao mesmo tempo, aproximou-se da Juventude Comunista, organização política na qual passou a militar ativamente e fato que não agradou sua mãe.
Suas atividades na organização a aproximaram do jovem dirigente Otto Braun, com quem foi morar aos 16 anos. Por ele, em 1928, Olga realizou uma cena de cinema: junto com outros integrantes da Juventude Comunista, invadiu a prisão de Moabit para libertá-lo. Os dois fugiram, em seguida, para Moscou onde Olga foi aclamada, fez treinamento militar e carreira no Komintern. A dedicação e a certeza de que sua missão era lutar por uma sociedade mais justa e igualitária a separaram, gradativamente, de Otto. Olga Gutmann Benário, em sua atuação política usou os nomes de Olga Sinek, Eva Kruger, Maria Bergner Vilar, Olga Vilar, Ivone Vilar, Olga Meireles e Maria Prestes.
Membro do Partido Comunista alemão desde 1926, Olga trabalhou na legação comercial soviética em Berlim. Em 1928, participou do V Congresso da Juventude Comunista, em Moscou. De volta à Alemanha no ano seguinte, foi presa por três meses, acusada de atividades subversivas. Ao ser libertada, voltou para a União Soviética, onde passou a trabalhar na Internacional Comunista Kominternórgão que buscava conferir coesão aos diversos Partidos Comunistas espalhados pelo mundo. Na União Soviética conheceu Luís Carlos Prestes, destacado líder revolucionário brasileiro, que lá vivia desde 1931, casando-se com ele.
Em 1934, em reunião de delegados sul-americanos da Internacional Comunista, em Moscou, da qual participaram representantes brasileiros, ficou estabelecido que Luís Carlos Prestes voltaria ao Brasil para articular uma insurreição armada que instalasse um governo revolucionário no país. Prestes seria acompanhado por um pequeno grupo de experimentados revolucionários, encarregados de auxiliá-lo na preparação da insurreição.Olga fazia parte desse grupo, que incluía também o alemão Arthur Ernst Ewert, o norte-americano Victor Alan Baron, o belga Léon Jules Vallée e o argentino Rodolfo Ghioldi.
Chegando ao Brasil em abril de 1935, Prestes e Olga permaneceram na clandestinidade, apesar de nessa época o nome de Prestes ser entusiasticamente aclamado nas manifestações populares promovidas pela Aliança Nacional Libertadora (ANL), frente política de caráter antifascista que reunia diversos setores de esquerda, entre os quais os comunistas. Os preparativos insurrecionais caminhavam quando, em novembro daquele ano, um levante armado estourou na cidade de Natal, motivado principalmente por fatores locais. Prestes ordenou, então, que a insurreição fosse estendida ao resto do país. Porém, apenas algumas unidades militares de Recife e Rio de Janeiro se levantaram. O governo brasileiro logo controlou a situação e desencadeou forte repressão sobre os setores oposicionistas.
Durante alguns meses, Prestes e Olga conseguiram ainda viver na clandestinidade, mas em março de 1936 foram capturados pela polícia. Mesmo estando grávida, Olga foi deportada para a Alemanha, em setembro daquele ano, sendo entregue à Gestapo, a polícia política alemã. Foi, então, enviada para um campo de concentração nazista, onde deu a luz a Anita Leocádia Prestes. Sob intensa campanha internacional pela sua libertação, Anita seria posteriormente resgatada por sua avó paterna. Olga Benário, no entanto, continuou presa. Morreu executada pelos nazistas, em 1942.











A Vida de Luiz Carlos Prestes
Luís Carlos Prestes nasceu em Porto Alegre, em 1898. Concluiu o curso de engenharia na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, em 1909. Em 1922, ainda no Rio de Janeiro, participou de reuniões preparatórias do levante deflagrado contra o governo federal em 5 de julho, que deu início ao ciclo de revoltas tenentistas. Não chegou, porém, a participar das ações propriamente ditas por achar-se acamado no momento da revolta, vítima de febre tifóide.
Em setembro desse mesmo ano, foi transferido para o Rio Grande do Sul para servir no 1º Batalhão Ferroviário, em Santo Ângelo. Comprometeu-se com o movimento revolucionário de 1924, que se propunha a depor o presidente Artur Bernardes, e por conta disso licenciou-se do Exército. Em julho, a capital paulista foi palco de uma primeira tentativa revolucionária naquele ano, ficando a cidade sob o controle dos rebeldes por três semanas. Comandados pelo general Isidoro Dias Lopes e pelo oficial da Força Pública, Miguel Costa, os revolucionários paulistas, após serem desalojados da capital pelas forças legalistas, rumaram para o estado do Paraná. Em outubro, foi a vez das guarnições do interior do Rio Grande do Sul se sublevarem lideradas por Prestes e contando, ainda, com o apoio de tropas irregulares comandadas por caudilhos gaúchos. Derrotados, os rebeldes rio-grandenses também rumaram para o Paraná, onde encontraram, em abril de 1912, as forças paulistas.
Os dois grupos rebeldes, então, se unificaram, ficando o comando do novo exército revolucionário dividido entre Prestes e Miguel Costa, enquanto Isidoro Dias Lopes, devido à sua idade já avançada, dirigiu-se para a Argentina com a função de organizar, de lá, a rede de apoio externo ao movimento. Por quase dois anos a Coluna Prestes - como acabou ficando conhecida - percorreu cerca de 25 mil quilômetros pelo interior do Brasil, passando por 13 estados da federação. A inviabilidade de seu objetivo - a derrubada do governo federal - acabou, porém, por levá-la a deixar o território brasileiro em fevereiro de 1927, internando-se na Bolívia. Apesar de fracassada em seu intento, a Coluna jamais sofreu qualquer derrota para as forças legalistas que a perseguiram por todo o período, o que proporcionou a Prestes enorme prestígio militar e político, valendo-lhe, ainda, o título de Cavaleiro da Esperança
Na Bolívia, Prestes fixou-se em La Gaíba e assinou contrato com a Bolivian Company Limited, companhia inglesa de colonização, para trabalhar, junto com cerca de 400 homens que ainda permaneciam sob seu comando, em obras de saneamento e abertura de estradas. Em dezembro de 1927, foi procurado por Astrogildo Pereira, secretário geral do Partido Comunista Brasileiro, então Partido Comunista do Brasil (PCB), que lhe levou obras marxistas e lhe propôs uma aliança política, rejeitada por Prestes.
No final de 1928, transferiu-se para a Argentina, onde trabalhou como engenheiro. Nessa época, estudou o marxismo e aderiu ao socialismo, travando contato com importantes líderes comunistas, como o argentino Rodolfo Ghioldi e Abraham Guralski, dirigente da Internacional Comunista (IC). No ano seguinte, recebeu convite do PCB para candidatar-se à presidência da República, mas recusou-se por achar o programa do partido demasiadamente radical.
Por outro lado, foi assediado por seus antigos companheiros para aderir à campanha presidencial da Aliança Liberal, chapa de oposição que lançara Vargas à presidência, concorrendo com o paulista Júlio Prestes, candidato indicado pelo presidente Washington Luís. Manteve dois encontros com Getúlio Vargas em Porto Alegre, para onde se dirigiu clandestinamente, mas não chegou a qualquer acordo com o líder da Aliança Liberal. Após a derrota eleitoral de Vargas, em março de 1930, foi novamente procurado por líderes da Aliança, que dessa vez o convidaram a assumir a chefia militar do movimento que se preparava contra Washington Luís. Por considerar que tal movimento não resultaria em nada mais que uma simples troca de oligarquias no poder, negou-se a apoiá-lo.
Ainda em 1930, criou em julho a Liga de Ação Revolucionária (LAR), organização que obteve pouquíssimas adesões e logo seria extinta. Nesse momento, passou a utilizar-se de categorias marxistas em suas análises e pronunciamentos, mas seu relacionamento com o PCB acabou dificultado pelo processo de radicalização à esquerda pela qual passava o partido, que envolvia, inclusive, a substituição dos intelectuais que ocupavam postos em sua direção por elementos oriundos da classe operária. Transferiu-se, em seguida, para Montevidéu.
Em novembro de 1931, foi morar na União Soviética a convite do governo daquele país. Lá, trabalhou como engenheiro e dedicou-se ao estudo do marxismo-leninismo. Por pressão dos dirigentes soviéticos foi aceito, em agosto de 1934, como membro do PCB. Logo depois, participou de uma reunião em Moscou na qual, a partir de informes levados por representantes brasileiros, decidiu-se promover uma revolução armada no Brasil, cabendo a Prestes dirigi-la. Assim, em dezembro daquele ano, deixou a União Soviética com destino ao Brasil, acompanhado por Olga Benário, militante da IC, com quem se casara. Ao chegar ao Brasil, o casal manteve-se na clandestinidade.
Paralelamente a isso, em princípios de 1935, foi fundada no Brasil a Aliança Nacional Libertadora (ANL), frente política que aglutinava tenentes decepcionados com o governo Vargas, socialistas e comunistas, unificados por um programa de conteúdo antifascista e antiimperialista. Em março, na sessão de lançamento da ANL no Rio de Janeiro, o nome de Prestes foi entusiasticamente aclamado como presidente de honra da organização. Sempre na clandestinidade, assistiu ao enorme crescimento da ANL nos meses seguintes e buscou restabelecer antigos contatos nos meios militares para desencadear a revolução. Em julho, divulgou manifesto em que, num tom bastante exaltado, pregava a derrubada do governo e exigia todo o poder à ANL. Vargas aproveitou a ocasião para jogar a organização na ilegalidade, o que fez com que muitos de seus dirigentes e militantes criticassem mais tarde a postura de Prestes. Apesar da ANL passar por forte refluxo organizativo nos meses seguintes, Prestes e seus colaboradores mais próximos continuaram a preparar o levante para depor Vargas. Em novembro, a insurreição teve início na cidade de Natal (RN), logo seguida por guarnições do Exército em Recife e no Distrito Federal. O governo, contudo, controlou facilmente a situação e desencadeou violenta repressão aos grupos de oposição, vinculados ou não ao levante. Em março de1936, Prestes e Olga Benário foram presos. Meses depois, Olga, grávida, foi entregue pelas autoridades brasileiras ao regime nazista da Alemanha, onde morreu executada . A filha do casal, Anita Leocádia Prestes, nascida em um campo de concentração nazista, acabou sendo resgatada por sua avó paterna, após intensa campanha internacional.
Em 1943, ainda na prisão, foi eleito secretário-geral do PCB. Com a redemocratização do país em 1945, foi libertado, ao mesmo tempo em que o PCB conquistava a legalidade. Nesse momento, em nome da união nacional, aproximou-se de Vargas, que segundo ele deveria conduzir a reconstitucionalização do país, bem como o processo de sucessão presidencial. Nas eleições realizadas em dezembro daquele ano, após a deposição de Vargas, elegeu-se senador pelo Distrito Federal e participou, no ano seguinte, da elaboração da nova Constituição do país.
O confronto internacional entre os dois grandes blocos de países surgidos após o fim da Segunda Guerra Mundial, a chamada Guerra Fria, e seus reflexos no Brasil, voltaram a jogar o PCB na ilegalidade. Em maio de 1947, o registro do partido foi cancelado e, em janeiro do ano seguinte, seus parlamentares, entre eles Prestes, foram cassados.
Voltou, então, a viver na clandestinidade. Em 1950, negou-se a apoiar qualquer candidato nas eleições que reconduziram Vargas ao poder, refletindo o momento de isolamento vivido pelo PCB. Fez oposição ao novo governo, até ser surpreendido pelo suicídio de Vargas em agosto, de 1954. No ano seguinte, apoiou a eleição de JuscelinoKubitscheck e voltou a apresentar-se publicamente, embora o partido continuasse na ilegalidade. No começo da década de 60 deu apoio ao governo de João Goulart, a quem pressionava para que acelerasse a realização das chamadas reformas de base propostas pelo próprio presidente. Com o golpe militar de 1964 e a volta do país ao regime ditatorial, foi obrigado, mais uma vez, a viver na clandestinidade. Em 1971, deixou o país e exilou-se na União Soviética. Voltou anistiado ao Brasil em 1979, quando já se manifestavam sérias divergências no interior do PCB, que acabaram levando ao seu afastamento da secretaria-geral e, em seguida, à sua saída do partido que dirigira por mais de 30 anos.
Na década de 80, orientou seus seguidores a ingressar no Partido Democrático Trabalhista (PDT), agremiação liderada por Leonel Brizola. Morreu no Rio de Janeiro, em 1990 aos 92 anos de idade.